
Ontem, Aconteceu uma das coisas mais engraçadas e trágicas da minha vida. Na verdade, eu não sei por que, mas tive vontade de narra-lhes o que aconteceu. Então, aí vai:
Eu tenha uma MANIA muito estranha, quando estou em estacionamentos, ou em qualquer lugar que haja algum carro parado, eu sinto um desejo indescritível por ver se a porta do carro realmente está fechada. E sou extremamente curiosa, por esta curiosidade, já paguei caro muitas vezes, mas ainda sim, não abandono o vício da curiosidade. É como uma droga, por mais caro que lhe saia, você deseja o prazer de saciar seu desejo, e de sentir a sensação do ato de satisfazê-lo. Essa curiosidade, aliada a minha maldita mania de “ver se a porta do carro está aberta, custou-me uma “confusão”, e muito arrependimento.
Fui à igreja, como de costume nos domingos à noite. Durante a pregação, eu senti vontade de ir ao banheiro, então me retirei do templo. Voltando do banheiro, eu não entrei na igreja. Senti-me ridiculamente, atraída pelo estacionamento. Então passei por uns cinco carros. Estava chato, tedioso, mas eu gostava de estar fazendo aquilo. Cheguei a um dos carros, e quando percebi que a porta estava aberta, e que não havia ninguém por perto, eu Dei uma risada histérica, digna de uma camisa de força. Eu não podia acreditar que algum maluco, deixou a porta do carro aberta. Havia um alarme de segurança, para indicar se a porta do carro havia sido aberta por alguém. Eu abri a porta, aproximadamente umas quatro vezes. Achei engraçado, não me importei com as conseqüências... Eu só estava imbecilmente feliz em ter achado uma porta aberta.
E eu não sabia, mas havia uma pessoa vendo o que eu fazia. No final do culto, uma conhecida minha (Se não me engano, o carro é de algum amigo dela) Chegou para mim, perguntando o que eu queria com o carro. Por um segundo, não compreendi o que ela quis dizer com aquilo. Ela então perguntou diante da minha expressão de espanto:
- Foi você quem abriu a porta do “meu” carro?
Na mesma hora, eu disse-lhe, ainda abobalhada: - Sim, fui eu.
Eu temi muitas coisas na hora, entre elas, é a de que interpretassem mal minha curiosidade. Pensassem que eu abri a porta do carro deles, de uma maneira maliciosa e mal intencionada. Mas foi tudo por uma “CURIOMANIA”. Mas, como explicar aquilo? Afinal de contas, nenhuma explicação parecia digna ou fiel a realidade. Para que diabos eu abri aquela porta? Nem eu entendia direito, como poderia me fazer compreendida? Meu nervosismo e insegurança, felizmente não conseguiram fazer com que eu lançasse mão à imaginação. Eu poderia não ter admitido que eu fiz aquilo, dizer que alguém mandou que eu fizesse aquilo... Ou coisa parecida... Mas eu disse a titubeante e estranha verdade: “-Sabe o que é?... Tenho a mania de conferir se a porta dos carros está aberta, e encontrei a sua aberta.” Minha reposta, eu não sei se a convenceu... Mas eu consegui ser perdoada, pelo menos, é o que parece. Ela me deu a advertência: “-Nunca mais faça isso, isso é feio.” E isso me fez sentir no jardim de infância novamente (confesso que meu comportamento foi equivalente a isso)
Na hora em que ela veio me advertir, eu estava com uma amiga, conversando, e rindo de bobagens. As últimas palavras dela foram: “- Não aprenda isso com ela não menina, isso é muito feio...” Com certa ironia eu respondi: “-Não se preocupe, ela não vai aprender isso comigo” e em pensamento eu disse a mim mesma: “-...Ela não é tão idiota quanto eu...”