terça-feira, 24 de novembro de 2009

Livre de mim


Eu sei que sou pouco
É que eu não quero sobrar nos espaços,
Mas, e se eu acabar?
Oh meu Deus! Ajude-me a me poupar

Quero estar um pouco dentro do pouco,
Não quero estar o tempo todo.
Desta esfera, quero me libertar...

Enjoar-se de mim mesma?!
Oh céus, livrem-me disto...
Dentro desta esfera chamada “eu”
Eu mal posso enxergar.

Vou me atirar na água,
Quero ser doida de pedra.
Perder o medo, e aprender a nadar.

Ana Patrícia Oliveira Peixoto

sábado, 21 de novembro de 2009

O desconhecido


Somos todos homens, dotados de um dom esplêndido:
O dom de fazer história, de produzir cultura...
Temos o dom de ser diferentes.

O mesmo dom, que conduz os poetas a poesia;
Os místicos a magia, o engenheiro a engenharia...
O artesão ao artesanato, assim como Vitalino e sua arte com barro.

O homem é peculiar no que faz, e isto o faz homem.
Por que negaríamos, então, nossa própria humanidade?
Rejeitando e desprezando as diferenças de uma raça,
Se tão somente a diferença é a essência,
Que nos concede tamanha graça?

Seja cópia quem quiser!
Sejam todos animais irracionais!
Entregues a unanimidade...
Sem opiniões e desejos,
Atirem-se na singularidade.

Não negue o homem o que o faz ser homem.
Sejam brancos homens, amarelos, azuis ou pretos...
Que Sejam homens de verdade! Um mundo todo azul
Não teria arco-íris, pra trazer felicidade.

Tememos a diferença, por que ela é desconhecida
Tememos o desconhecido assim como tememos a morte.
Deixe os medrosos, entregues ao seu mundo monocromático,
Deixai os covardes em suas vidas sem cores, assim como merecem.
Viver é aprender... E só se pode aprender o que se desconhece.


Ana Patrícia Oliveira Peixoto

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Dia da Inconsciência Negra.


Hoje é o dia da consciência negra. O dia em que ouvimos falar de Zumbi dos palmares (como se só houvesse ele, esquecem-se de Martin Luther King, Machado de Assis, Pelé e outros). O dia em que alguns não vão trabalhar ou estudar, mas nem sabem por que. É mais um feriado! Não importa o que é... É mais um dia para atirar-se na alienação e esperar o coelho da páscoa.

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Lacrimosa - Regina Spektor


De todas as músicas de Regina Spektor, a que eu mais gosto é esta:
LACRIMOSA... É simplesmente fantástica. Caso você queira baixá-la para conhecer a cantora... BASTA
CLICAR AQUI para fazer o download


Letra da música LACRIMOSA e tradução:

We keep on burying our dead
We keep on planting their bones in the ground
But they won't grow, the sun doesn't help
The rain doesn't help


If my garden would have a fence
Then the rabbits couldn't just come in
And sit on the grass and eat all the flowers
And shit

Hi, I'm IcarusI'm falling down
Man for judgement must prepare me
Spare oh god and mercy
Spare me

Man I have a terrible feeling
That somethings gone awful wrong with the world
Is it something we madeIs it something we ate
Is it something we drank

Hi I'm IcarusI'm falling
From the dust of earth
Returning back for judgement
We must prepare
Spare oh god and mercy
Spare me

Lacrimosa
Lacrimosa

They keep on burying our dead
They keep on planting their bones in the ground
But they won't grow

The sun doesn't help
And all we've got isn't a giant crop of names
And dates

Hi I'm Icarus,
I'm falling down
On this day of tears and mourning
From the dust of earth returning
Man for judgement must
Spare me, spare oh god and mercy
Spare me

Lacrimosa
Lacrimosa

PORTUGUÊS:

Nós continuamos enterrando nossos mortos
Nós continuamos plantando os ossos deles no chão
Mas eles não crescerão, o sol não ajuda
A chuva não ajuda

Se meu jardim tivesse uma cerca
Então os coelhos há pouco não poderiam entrar
E sentar na grama e comer todas as flores
E cagar
Oi, eu sou Icarus
Eu estou caindo
Homem para julgamento me tem que preparar
Disponível, oh deus, em clemência
Me poupe

Tripule, eu tenho um sentimento terrível
Que algo está muito errado com o mundo
É isto algo que nós fizemos
É isto algo que nós comemos
É isto algo que nós bebemos

Oi, eu sou Icarus
Eu estou caindo
Do pó da terra
Voltando para julgamento
Que nós temos que preparar Disponível,
oh deus, e clemência
Me poupe

Lacrimosa
Lacrimosa

Eles continuam enterrando nossos mortos
Eles continuam plantando os ossos deles no chão
Mas eles não crescerão
O sol não ajuda
E tudo que nós temos não são uma colheita gigantescade nomes
E datas

Oi, eu sou Icarus,
eu estou caindo
Neste dia de lágrimas e lamentando
Do pó voltando para terra
Homem para julgamento me tem que preparar
Disponível, oh deus, e clemência
Me poupe

Lacrimosa
Lacrimosa
Lacrimosa

morre ilia
Qua resurget ex favilla
Judicandus homo reus.
Huic logo parce, Deus,
Torta Jesu Domine,
Dona eles réquiem.

Confissões de moça tímida


Não vou virar catálogo de jornal!
Embora goste de me exibir “criança”,
Embora dançasse aquela ousada dança...
Era só pra viver e ser gente!
Mesmo assim, não deixei de ser moça decente!

Será? Posso rir de mim agora?
Todos partiram do salão,
Só me resta a consciência...
Tenho esta por senhora.

Mas o momento passou,
A lembrança ficou...
Dançar daquele jeito de novo?
Só eu e ela no meu quarto,
Até chegar a aurora.

Não preciso me esconder.
Ela sabe quem eu sou,
Vê-me nos tratos capilares e faciais,
No banho, nas vergonhas, e nos carnavais...

E nem deixo para trás
O que sou por não poder,
Mas escondo, pois alguém pode não entender...
Minha consciência entende,
Mas tem juízo demais
Pra me deixareu endoidecer.


Ana Patrícia Oliveira Peixoto

O peste


Está a fim de dar umas boas gargalhadas?
O peste é um ótimo site de humor para os momentos ociosos!
^^
Visitem:

Link indicado:
http://opeste.com.br/data/inicio.php?cod=62

Link do site:
http://opeste.com.br/

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Sexta-Feira Treze


Hoje é sexta-feira treze,
Era sexta na mesa com Cristo
E treze compartilhando isto:
Um de vocês me trairá,
Isso arredondou o reboliço
Sexta-Feira treze: dia de azar!

E no valhalla, céu pagão
Houve a festa dos doze.
Loki, intrometido e fanfarrão
Entrou na festa, e matou Balder
E entre treze foi a confusão

E quando os povos nórdicos
Pelos cristãos foram alcançados,
Deixando para trás costumes tão amados,
Friga passou de deusa do amor e da beleza:
-Afamou-se como bruxa e feiticeira
E grande foi sua tristeza

Iracunda, foi exilada no alto de um monte,
Restando-lhe a vingança
Reuniu-se com onze feiticeiras e com próprio Satanás
Lançando ao povo o medo,
A maldição, de todas, mais eficaz.

Eva provou do pecado, e com ela o seu macho,
Numa Sexta-Feira, finalizando, então um credo
Que ainda não foi confirmado:
Sexta-Feira treze: Eis um dia endiabrado.

Ana Patrícia Oliveira Peixto

Nota: Quer compreender a mitologia por trás deste poema? Leia mais informações no Blog do meu amigo: http://caopelado.blogspot.com/, lá você encontrará informações bem interessantes sobre a tão temida: “Sexta-Feira treze”.

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Confissões de um assassino


Perguntei a vida em mim:
-Onde estás? Ela respondeu com ironia:
-Cala-te! Ouve teu próprio pulsar.
Então calei, e ouvi as palavras da vida.
Mas não faziam sentido...
Eram só um: Tum, Tum... Tum, Tum...

-Tola! Tola! - Gritou-me a vida.
-Silencia, mergulha-te no mundo,
Ouve o inaudível, vê o invisível.
-Mais uma vez, não entendi a voz vida...
Ela gritava por clemência em meu peito,
Gritava por estar cega dentro de mim,
Por estar surda dentro de mim.

Queria então me abandonar,
A vida queria um peito vivo para pulsar.
A vida então, perguntou a mim:
-Que fazes? Eu ainda estou aqui!
Mas eu já não a ouvia, nem a percebia
- Não me enterre viva! – clamou a vida.
Mas prossegui com o seu funeral...

Entregue a fatalidade, a minha vida morreu...
Enterrada ainda viva.
-Eu matei a minha vida!
E você? Onde está a sua?
Você a tem alimentado?
Vai deixá-la morrer a míngua?
Assassinarás tua própria vida?

Alimente-a com melhor alimento que há:
-O amor! Acaricie-a com seus sonhos,
Dê a ela a liberdade...
Foge do infortúnio
Vai buscar a felicidade.
Somente assim, viverás de verdade.
01\11\09


Ana Patrícia Olievira Peixoto

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Tédio e Preguiça


O tédio dessas horas alonga cada segundo...
Alimenta-se e se fortalece na minha preguiça,
Deixando-me sem saída.
Eu que tenho idéias para sair daqui,
Mas não as transformo em atos,
Por causa da moleza da minha carcaça...
Socorro! Quero sair dos minutos mesquinhos
Que nem um pouco de alegria
Faz passar por este caminho.
A lua linda não me comove,
O vento me toca,
Minha pele não o absorve...
O tédio mata os vivos
E quando está aliado a preguiça
Faz da existência pior do que a morte
Quem nunca teve tédio
Ou mente, ou tem muita sorte
04/11/09


Ana Patrícia Oliveira Peixoto

terça-feira, 10 de novembro de 2009

Ouvidos seletivos



Meus ouvidos ensurdecidos
Diante de palavras vulgares,
Pedem socorro!
-Morram todas elas!
Fechem as portas
Para os meros conhecedores,
Pouco entendidos,
Mais pomposos do que sabidos.
Tão somente desejam eles ser sedutores,
Com palavras viçosas e vazias,
Gritam aos quatro cantos as suas porcarias...
Seja seletivo, ouvido meu.
Joga para o teu irmão,
E que ele coloque para fora
As besteiras que te lançam a cada hora
Como que para matar quem já morreu.



Ana Patrícia Oliveira Peixoto

Desejos


Eu sinto em mim, forças poucas,
Mas vontades muitas...
Entrego-me então, às coisas loucas
Que saem da cabeça e param na boca.
Às vezes ficam na língua e são engolidas.
São sonhos, desejos, verdades e mentiras

Meus pés, oh! Meus pés...
Malcriados pés, desobedientes,
Inconstantes, dementes!
Parecem insensíveis aos espinhos...
Esquecem que carregam um corpo.
Desvairados, procuram os piores caminhos...

Estou na ponta do penhasco
Tenho medo de cair,
Mas a paisagem é tão deslumbrante
Que me convence a não sair daqui.

Sinto na pele as caricias do vento
E nos primeiros raios de sol
A alegria do renascimento.
Minhas mãos, tremulas, tocam a preguiça,
A vontade de se entregar ao prazer
Ao choro, ao riso, e as delícias...


Ana Patrícia Oliveira Peixoto

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

CURIOMANIA, isso é feio!!!


Ontem, Aconteceu uma das coisas mais engraçadas e trágicas da minha vida. Na verdade, eu não sei por que, mas tive vontade de narra-lhes o que aconteceu. Então, aí vai:
Eu tenha uma MANIA muito estranha, quando estou em estacionamentos, ou em qualquer lugar que haja algum carro parado, eu sinto um desejo indescritível por ver se a porta do carro realmente está fechada. E sou extremamente curiosa, por esta curiosidade, já paguei caro muitas vezes, mas ainda sim, não abandono o vício da curiosidade. É como uma droga, por mais caro que lhe saia, você deseja o prazer de saciar seu desejo, e de sentir a sensação do ato de satisfazê-lo. Essa curiosidade, aliada a minha maldita mania de “ver se a porta do carro está aberta, custou-me uma “confusão”, e muito arrependimento.
Fui à igreja, como de costume nos domingos à noite. Durante a pregação, eu senti vontade de ir ao banheiro, então me retirei do templo. Voltando do banheiro, eu não entrei na igreja. Senti-me ridiculamente, atraída pelo estacionamento. Então passei por uns cinco carros. Estava chato, tedioso, mas eu gostava de estar fazendo aquilo. Cheguei a um dos carros, e quando percebi que a porta estava aberta, e que não havia ninguém por perto, eu Dei uma risada histérica, digna de uma camisa de força. Eu não podia acreditar que algum maluco, deixou a porta do carro aberta. Havia um alarme de segurança, para indicar se a porta do carro havia sido aberta por alguém. Eu abri a porta, aproximadamente umas quatro vezes. Achei engraçado, não me importei com as conseqüências... Eu só estava imbecilmente feliz em ter achado uma porta aberta.
E eu não sabia, mas havia uma pessoa vendo o que eu fazia. No final do culto, uma conhecida minha (Se não me engano, o carro é de algum amigo dela) Chegou para mim, perguntando o que eu queria com o carro. Por um segundo, não compreendi o que ela quis dizer com aquilo. Ela então perguntou diante da minha expressão de espanto:
- Foi você quem abriu a porta do “meu” carro?
Na mesma hora, eu disse-lhe, ainda abobalhada: - Sim, fui eu.
Eu temi muitas coisas na hora, entre elas, é a de que interpretassem mal minha curiosidade. Pensassem que eu abri a porta do carro deles, de uma maneira maliciosa e mal intencionada. Mas foi tudo por uma “CURIOMANIA”. Mas, como explicar aquilo? Afinal de contas, nenhuma explicação parecia digna ou fiel a realidade. Para que diabos eu abri aquela porta? Nem eu entendia direito, como poderia me fazer compreendida? Meu nervosismo e insegurança, felizmente não conseguiram fazer com que eu lançasse mão à imaginação. Eu poderia não ter admitido que eu fiz aquilo, dizer que alguém mandou que eu fizesse aquilo... Ou coisa parecida... Mas eu disse a titubeante e estranha verdade: “-Sabe o que é?... Tenho a mania de conferir se a porta dos carros está aberta, e encontrei a sua aberta.” Minha reposta, eu não sei se a convenceu... Mas eu consegui ser perdoada, pelo menos, é o que parece. Ela me deu a advertência: “-Nunca mais faça isso, isso é feio.” E isso me fez sentir no jardim de infância novamente (confesso que meu comportamento foi equivalente a isso)
Na hora em que ela veio me advertir, eu estava com uma amiga, conversando, e rindo de bobagens. As últimas palavras dela foram: “- Não aprenda isso com ela não menina, isso é muito feio...” Com certa ironia eu respondi: “-Não se preocupe, ela não vai aprender isso comigo” e em pensamento eu disse a mim mesma: “-...Ela não é tão idiota quanto eu...”

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