Imensurável...
Tamanho é o desejo
De retornar a condução dos outros!
De ser quase indiferente a vida
Aproveitando-a inconscientemente...
De achar graça em bobagens,
De desenhar um cachorro que ninguém vê,
De ser malandra sem malandragem...
Saudades de quando a boneca bastava,
De sentir frio na barriga, ao subir na cadeira
Rumo ao que eu não alcançava...
De olhar para o céu como se nunca o tivesse visto,
Sentir os pés no chão frio...
E de sujar roupa com cachorro quente
Sem temer que gritem: - És DEMENTE!
Onde está a minha criança?
Onde estão nossas crianças?
Por que crianças já não são o que é maravilhoso ser?
Não temos pés, não temos corpo...
Somos todos sem formato,
Mas queremos calçar trinta e sete
Quando calçamos vinte e quatro.
Na falta de forma há prejuízos ao juízo,
Mas que seja ela melhor que a definição do indefinido!
Dos olhos que fogem por terem mentido,
Das verdades que mentem aos mais sinceros inocentes,
Duma vida falsamente cheia de sentido.
Ana Patrícia Oliveira Peixoto